Ensino afetivo: o que é e como trabalhá-lo na escola

Ensino afetivo

Compartilhe

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn

Sumário

Você já ouviu falar em ensino afetivo? O conceito tem ganhado espaço no processo de ensino e aprendizagem nas instituições. Nele, o indivíduo é entendido como um todo, com domínios cognitivos e afetivos trabalhando de forma inter-relacionada. Hoje você vai entender mais sobre essa concepção, seus benefícios e como colocá-la em prática na sua escola!

 

Me acompanha na leitura? Então vamos lá!

 

O que é ensino afetivo?

 

O ensino afetivo ocorre quando o afeto é utilizado como um elemento transformador, capaz de cativar o estudante e alimentar sua vontade de aprender. Só existe ensino afetivo quando o professor verdadeiramente se importa com seus alunos e com as conquistas deles. Esse professor não leciona de uma forma mecânica, ele tem uma luz própria que transborda. Estamos falando daquele profissional que faz do ensino uma missão de vida.

 

Nesse conceito, a forma como o educador conduz a aula faz com que o aluno se sinta escutado, respeitado, valorizado e reconhecido. O professor busca vincular o aprendizado com a realidade do estudante, para que ele aprenda com emoção, tornando assim o conteúdo mais fácil de ser assimilado. A experiência de construção do conhecimento se torna algo memorável.

 

O ambiente também é um fator fundamental, pois em uma sala de aula que existe bullying, não existe ensino afetivo. Tanto a relação do professor com seus alunos quanto deles entre si precisa ser harmoniosa, respeitosa e ocorrer em clima de união. O educador deve buscar isso com sua turma.

 

Vale ressaltar também que as relações de afeto construídas no ensino afetivo não precisam ser físicas. Não há a necessidade de os professores abraçarem e beijarem os alunos, por exemplo. O afeto está nas atitudes, na forma de ensinar, no vínculo emocional estabelecido.

 


Benefícios do ensino afetivo

 

Estimula o interesse do estudante pelo conteúdo

 

Um aluno que sente que tem voz, que o professor o escuta, valoriza e se importa com ele, notavelmente é um estudante muito mais motivado a aprender. Algumas palavras de incentivo e até pequenos gestos e expressões positivas podem ter um impacto gigantesco na psique do aluno e na forma como ele se vê capaz de entender e resolver situações.

 

Por mais dificuldades que um estudante tenha em determinada disciplina, se ele percebe que o professor realmente está empenhado no aprendizado dele e reconhece suas pequenas vitórias, há uma injeção de ânimo e mais força para persistir.

 

Contribui para uma aprendizagem mais profunda

 

O cérebro é bastante seletivo. Somos bombardeados por tantas informações o tempo todo que é impossível armazenar tudo. Inevitavelmente, uma boa parte do que chega até nós acaba sendo descartada. Como fazer então para que os conteúdos importantes virem memórias duradouras nos alunos?

 

O ensino afetivo é um caminho. A emoção é capaz de envolver informações e memórias em uma trama vigorosa. Aquilo que desperta o nosso interesse e se conecta a nós emocionalmente se torna um conteúdo mais codificável, e ele é então armazenado pelo cérebro para que possa ser lembrado depois. 

 

Cria no aluno o gosto pela escola

 

Falando sinceramente, nem todos os alunos gostam da escola, não é mesmo? Muitos veem o estudo como uma obrigação ou uma coisa necessária, mas quantos o enxergam como algo prazeroso? Se a sua resposta foi “poucos”, o ensino afetivo pode ser o que você precisa para reverter esse quadro!

 

Quando a escola é um local amistoso, onde os alunos podem se sentir confortáveis e acolhidos em sala de aula, e no qual o professor é uma figura querida, empática e estimulante, que ensina com paixão, dá voz aos alunos, valoriza as ideias e vitórias deles, é atento a dificuldades de aprendizado que eles possam ter e busca formas de trabalhá-las, a visão que os estudantes começar a criar da escola é positiva. É claro que, para isso, o ensino afetivo precisa ser algo cultural da instituição.

 

Ajuda no enfrentamento da evasão escolar

 

A falta de interesse na educação ofertada é a maior causa da evasão escolar no Brasil, conforme dados da Fundação Getúlio Vargas. É maior até do que a necessidade de trabalhar e a dificuldade de acesso à escola. O ensino afetivo é uma poderosa arma para combater essa realidade. Afinal, não é nada desprezível a influência que um professor pode ter sobre o interesse e a motivação de seus alunos.

 

O educador tem o poder de transformar a realidade dos estudantes quando é capaz de sentir empatia por eles e se importar, principalmente quando estamos falando de comunidades vulneráveis. Ele é capaz de estimular o desejo por crescimento e de mostrar a relação entre os estudos e a qualidade de vida que o aluno terá na fase adulta. Dependendo do contexto social, essa relação de afeto, respeito e confiança entre educador e educando pode ser uma tábua de salvação para muitas crianças e adolescentes.

 


Como trabalhar com o ensino afetivo em sala de aula

 

Se você chegou até aqui, tenho certeza de que já percebeu que há muitos benefícios envolvidos no uso do ensino afetivo, certo? Vamos ver agora algumas formas de começar a aplicá-lo!

 

Preste atenção aos seus alunos

 

Ao lecionar, você está concentrado apenas no conteúdo que está ensinando ou também está prestando atenção para ver se os estudantes estão bem e aprendendo com facilidade? O primeiro passo para trabalhar com o ensino afetivo é enxergar o seu aluno! Quem da turma está com dificuldades em aprender? Por quais caminhos esses estudantes têm mais facilidades? Algum aluno está sofrendo bullying? O que pode ser feito a respeito? Observe e aja!

 

Ofereça palavras, gestos e atitudes de incentivo

 

O ensino afetivo também passa pelo fortalecimento da autoestima do aluno. Quando um estudante começa a perceber que ele tem mais dificuldades do que os seus colegas, ele muitas vezes tem a autoestima abalada, se julga incapaz de “dar conta”, se acha menos inteligente. Pequenos gestos podem ter um impacto positivo enorme sobre esse aluno, como por exemplo um elogio por algo que ele fez, palavras de encorajamento e até mesmo expressões faciais de aprovação. O afeto não está só nas grandes coisas, está também em pequenos detalhes do dia a dia.

 

Dê voz aos alunos e valorize-os

 

Demonstrar afeto por seu aluno também é escutar o que ele tem a dizer, deixar que ele tenha espaço para irradiar a própria luz. Por isso, permita que seus estudantes tenham um papel ativo na aula, participando, questionando, debatendo, aparecendo e brilhando. Valorize o que eles têm a dizer, use as informações que eles trazem para agregar e instigue-os a buscar mais. Torne as aulas momentos memoráveis!

 

Vincule os conteúdos com a realidade dos alunos

 

O ensino afetivo passa pelo envolvimento emocional do aluno com o aprendizado. Como se consegue isso? Colocando os conteúdos dentro de contextos que façam sentido para a realidade vivenciada pelos estudantes. Faça associações usando tanto cenários gerais quanto específicos: situações vivenciadas por toda a turma e situações particulares expostas pelos alunos. Você verá que o aprendizado só tem a ganhar!

 

Leia mais
– Storytelling: o que é e como usá-lo para criar uma experiência envolvente de aprendizado
– Inclusão: como trabalhar transtornos de aprendizagem no ensino remoto


Você percebeu o quanto o ensino afetivo pode ser transformador? Agora está nas suas mãos fazer a diferença!

CTA Ebook Cultura Digital 5a Competencia da BNCC nas Escolas

Compartilhe

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn