A BNCC na educação infantil continua sendo pauta de discussões importantes, mesmo após sua implementação. Embora a Base Nacional Comum Curricular já esteja em vigor há alguns anos, é comum que ainda persistam dúvidas — especialmente quando se trata do seu impacto nas práticas pedagógicas da primeira etapa da educação básica.
Nos últimos anos, a BNCC passou por ajustes e reforçou a importância do desenvolvimento integral da criança, da valorização da brincadeira e da construção da identidade, além de incorporar temas contemporâneos e ampliar o olhar sobre a diversidade cultural.
Além disso, a antecipação do processo de alfabetização no ensino fundamental tem refletido na necessidade de um trabalho mais intencional desde a educação infantil.
Neste artigo, vamos esclarecer como a BNCC se aplica à educação infantil, explicar os direitos de aprendizagem, os campos de experiência e mostrar atividades práticas que ajudam na aplicação dessas diretrizes em sala de aula. Vamos lá?
O que muda com a BNCC na educação infantil?
Os eixos estruturantes da educação infantil — interagir e brincar — continuam sendo pilares fundamentais. No entanto, com a BNCC na educação infantil, novas abordagens foram adicionadas para valorizar ainda mais a formação integral das crianças.
Entre essas mudanças, destacam-se os direitos de aprendizagem e os campos de experiência, que organizam as práticas pedagógicas com base em interações significativas e experiências que respeitam o tempo, o corpo e o contexto sociocultural de cada criança.
Além disso, com a ampliação da importância das competências gerais e dos Temas Contemporâneos Transversais, a educação infantil passou a ter papel ainda mais ativo na construção de valores como empatia, respeito à diversidade, responsabilidade e cuidado com o meio ambiente.
Vamos explorar cada um desses pontos?
Direitos de aprendizagem
A BNCC na educação infantil estabelece seis direitos de aprendizagem. São eles!
1. Conviver
A convivência entre crianças e adultos deve ser estimulada em contextos diversos, com o uso de múltiplas linguagens. Isso fortalece vínculos, amplia a compreensão sobre o outro e fomenta o respeito às diferenças socioculturais — um dos pontos de maior ênfase nas atualizações recentes da BNCC.
Atividades sugeridas: Jogos em grupo, passeios pela vizinhança, lanches coletivos, dias temáticos de compartilhamento de brinquedos e atividades em hortas escolares.
2. Brincar
A brincadeira é o principal instrumento de aprendizagem na educação infantil. A BNCC reforça que o brincar deve ser livre, criativo, diversificado e com múltiplos parceiros — adultos e crianças — promovendo experiências amplas e significativas.
Atividades sugeridas: Brincadeiras no parquinho, atividades com bambolês, dramatizações, danças, jogos simbólicos com fantasias, argila e pintura.
3. Participar
A criança deve ser protagonista de seu processo educativo. A BNCC na educação infantil estimula a escuta ativa e a participação nas decisões sobre brincadeiras, organização de espaços e atividades.
Atividades sugeridas: Permitir que a criança escolha entre propostas, crie etapas de atividades ou ajude a decidir locais de passeios e dinâmicas do dia.
4. Explorar
Explorar sons, texturas, formas, gestos, movimentos e materiais diversos favorece a construção de saberes. Essa prática estimula a criatividade, a imaginação e amplia o repertório cultural.
Atividades sugeridas: Exploração de materiais naturais (areia, pedras, tecidos), pintura com guache, histórias orais e experiências sensoriais com objetos variados.
5. Expressar
Expressar sentimentos, ideias, hipóteses e opiniões é essencial para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. A BNCC valoriza a escuta e o diálogo desde a primeira infância.
Atividades sugeridas: Rodas de conversa, compartilhamento de vivências, contação de histórias com finais abertos e produções artísticas livres.
6. Conhecer-se
A criança deve construir uma imagem positiva de si mesma e dos grupos sociais aos quais pertence, reconhecendo suas emoções, gostos, limites e origens culturais.
Atividades sugeridas: Desenho do próprio corpo, brincadeiras com espelho, rodas sobre família, histórias pessoais e dinâmicas de autoconhecimento.
Campos de experiência
Além dos direitos de aprendizagem, a BNCC na educação infantil define cinco campos de experiência que orientam o planejamento das atividades pedagógicas. Veja!
1. O eu, o outro e o nós
Foco no desenvolvimento social da criança e na criação de vínculos. As interações promovem empatia, respeito e a construção da identidade coletiva e pessoal.
2. Corpo, gestos e movimentos
Esse campo valoriza o corpo como forma de expressão, percepção e experimentação do mundo, permitindo o desenvolvimento da coordenação motora, da autonomia e da consciência corporal.
3. Traços, sons, cores e formas
Estimula a criatividade e o contato com manifestações artísticas e culturais, ampliando o repertório estético e sensível das crianças.
4. Escuta, fala, pensamento e imaginação
Valoriza a linguagem oral e o pensamento crítico desde cedo. A criança é incentivada a se expressar e a ouvir, além de entrar em contato com diferentes gêneros da literatura infantil.
5. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
Promove a construção do pensamento lógico e a compreensão do mundo físico, social e cultural. A criança aprende a se localizar no tempo e no espaço, reconhecer fenômenos e perceber transformações.
A importância da participação da família
A BNCC na educação infantil valoriza o papel ativo da família no processo educativo. A parceria entre escola e responsáveis fortalece a aprendizagem e garante mais sentido às experiências vividas pela criança.
Essa colaboração acontece por meio da troca de informações, do acompanhamento das rotinas e da continuidade das propostas pedagógicas em casa. Atividades simples, como ler uma história antes de dormir ou conversar sobre o que aconteceu na escola, fazem toda a diferença.
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