O quanto do que é ensinado na sua escola é, de fato, assimilado pelos alunos? Conseguir manter o foco deles nos conteúdos didáticos sempre foi um enorme desafio para os professores. A grande verdade é que uma parte considerável das informações simplesmente se perde no meio do caminho. Porém, um novo conceito surge como uma luz nesse cenário. Ele se chama microlearning, e já está conquistando espaço no meio educacional.
O que é microlearning?
Microlearning significa microaprendizagem. Nada mais é do que a fragmentação dos conteúdos em pequenas doses. Assim, um assunto muito extenso pode ser dividido em tópicos, e cada tópico vira uma pílula de conhecimento de curta duração – geralmente de um a cinco minutos. Todas as partes juntas devem representar o conteúdo integral.
O ideal é que o formato também seja variado: vídeo, podcast, foto, texto, infográfico, game, entre outros. Dessa forma, há uma quebra maior entre uma pílula e outra, ficando menos cansativo e permitindo que o assunto seja consumido por múltiplos canais sensoriais. É preciso, porém, que cada formato escolhido siga o princípio da brevidade.
De onde o conceito de microlearning surgiu?
O conceito de microlearning – assim como muitos presentes hoje na educação – veio do mundo empresarial. A técnica de fragmentar conteúdos em pílulas é usada por diversas empresas do mundo para a realização de treinamentos para os colaboradores.
Na educação, o microlearning se tornou uma tendência durante o período de isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19. Com a migração do ensino para o formato online, a falta de foco dos estudantes em aulas muito longas ficou ainda mais evidente.
Aliado a isso, muitas escolas adquiriram plataformas com Ambiente Virtual de Aprendizagem, o que facilitava a disponibilização de materiais multimídia. Como o período também era propício para o teste de novas abordagens, foi o momento oportuno para o microlearning entrar com tudo na educação.
Por que o microlearning faz sentido no ensino?
Você conhece aquela sensação de estar prestando atenção em algo e, de repente, começar a divagar sem perceber? Pois é, os alunos da sua escola conhecem também. Muitos estudos apontam que em determinado momento, o cérebro atinge um ponto de saturação, e não consegue mais manter o foco.
O psicólogo George Armitage Miller, considerado um dos criadores da ciência cognitiva moderna, vai além da questão tempo. Em seu famoso artigo “O mágico número sete, mais ou menos dois”, ele defende que o número de informações que o cérebro humano é capaz de manter na memória de curto prazo é entre cinco e nove. Depois disso, o desempenho na retenção cai.
Tendo todo esse contexto, parece muito razoável a ideia de fragmentar conteúdos em partes menores, não parece? Assim, o aluno absorve um bloco de informações por vez, e o tempo de exposição a ele é menor, favorecendo a concentração.
Aí você me diz: “ah, mas todas as informações são importantes”. Pois é, mas o cérebro do aluno não consegue absorver todas elas. Não é melhor então que os professores possam fazer uma hierarquia das informações, para que o que é realmente essencial não se perca? Para isso serve o microlearning!
Quais as principais vantagens do microlearning?
Os benefícios do microlearning saltam aos olhos, não é? Vamos pontuar alguns:
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Aumenta a retenção de conhecimentos
A principal vantagem do microlearning é justamente o aumento da retenção dos conteúdos que são ensinados, pois como o aluno pode assimilar um bloco de informações por vez, e em um tempo mais curto, sua capacidade de fixar essas informações é muito maior.
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Torna o ensino mais dinâmico
A aprendizagem dessa maneira é muito mais dinâmica, pois os assuntos não se “arrastam”, tudo é direto ao ponto. Os formatos também variam, o que torna as coisas mais interessantes para o aluno.
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Colabora com a educação inclusiva
As pessoas têm ritmos de aprendizagem diferentes e 15% delas têm algum tipo de transtorno de aprendizagem. Quando todo o conteúdo didático está disponível para o aluno conferir em casa em seu ambiente virtual de aprendizagem, e de forma bem segmentada, ele tem mais possibilidades de estudo. Pode, por exemplo, rever um vídeo várias vezes; voltar na parte que não entendeu; escrever o que está escutando, para entender melhor etc.
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Contribui com a quinta competência da BNCC
A quinta competência da BNCC é a cultura digital. No microlearning, o digital está presente tanto nos materiais utilizados nas aulas e disponibilizados aos alunos quanto na execução de atividades, seja em sala de aula ou na plataforma online que usam em casa. Esse formato, então, ajuda a escola a se adequar às exigências da base.
Como implantar o microlearning?
Agora vamos ao que interessa! Sei que você já está com vários pontos de interrogação na cabeça, se perguntando como é que vai conseguir implantar o microlearing na prática aí na sua escola, acertei? Então, siga-me e vamos juntos ver o caminho!
Dentro da sala de aula
Até imagino o que você está pensando. “Para aulas online, vá lá, mas como fazer o microlearning funcionar dentro da sala de aula física???”. Para tudo tem um jeito, viu? É claro que esse conceito cai como uma luva no EaD, mas no presencial é possível aplicar também!
O X da questão é a fragmentação. Então, é preciso pegar o conteúdo didático e reparti-lo em tópicos de até cinco minutos. Como a ideia também é mesclar formatos, é importante pensar em momentos diferentes dentro da aula. Por exemplo:
- Momento de explanação de informações
- Momento de debate
- Momento de passar informações em formato de vídeo
- Momento de aprender fazendo
- Momento de gamificação
É claro que, não necessariamente, é preciso passar de um formato para o outro a cada cinco minutos. Os blocos de informação é que precisam ser divididos dentro desse tempo. Quanto aos formatos, o ideal é que uma aula tenha ao menos dois ou três.
De maneira complementar
A sua escola também pode implementar o microlearning de maneira complementar às aulas. Para isso, é essencial que tenha um ambiente virtual de aprendizagem que possa ser acessado pelos estudantes fora da instituição. O ideal é que ele tenha armazenamento em nuvem e que funcione tanto pelo computador quanto pelo celular, para que os alunos também possam consumir as pílulas de conhecimento quando estiverem fora de casa.
Então, tendo a tecnologia necessária, o próximo passo é planejar como fragmentar todo o conteúdo didático em pequenas doses, que juntas, darão conta do assunto completo. Também é preciso estruturar essas informações em formatos digitais variados. Veja alguns:
- Textos – Leituras de até 5 minutos. Você pode calcular o tempo de leitura em ferramentas online, como esta aqui.
- Infográficos – Estáticos e multimídia.
- Vídeos – De um a cinco minutos.
- Podcasts – De até cinco minutos.
- Jogos – Que possam ser finalizados em até cinco minutos.
- Imagens – Fotos e animações.
- Apresentações em PPT – Não muito longas.
- Quiz – Pequeno teste de conhecimentos.
Como a ClipEscola pode ajudar?
Você acabou de ver como implementar o microlearning, né? Então, nós temos a tecnologia que a sua escola necessita para isso: o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)! Ele faz parte do módulo Sala de Aula, que está na nossa Plataforma de Transformação Digital, e possui diversos recursos.
Temos, por exemplo, um diretório de conteúdos no qual os professores conseguem subir materiais em diversos formatos e disponibilizá-los dentro da categoria da série e da disciplina que desejam. Dá até para criar subpastas e segmentar os conteúdos ainda mais.
Um outro ponto importante do nosso AVA é a tecnologia de armazenamento em nuvem. Todos os arquivos que forem disponibilizados lá não ocuparão espaço nos computadores e celulares dos alunos, o que fará toda a diferença no acesso deles. Acesse este material para saber mais.
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