Ensino híbrido em sala de aula: a nova cara da educação após a pandemia

Ensino híbrido em sala de aula

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Sumário

Experiências coletivas de grande impacto sempre tiveram o poder de remodelar o mundo, e a história é prova disso. Neste ano de 2020, o planeta inteiro compartilhou da mesma experiência: a pandemia do Covid-19 e a necessidade de adequação ao isolamento social. Escolas de ensino regular dos quatro cantos do globo precisaram, às pressas, readequar as aulas ao EaD para que o aprendizado pudesse continuar. Em meses, a necessidade fez a educação dar um salto tecnológico que demoraria décadas. Agora, quando vislumbramos um cenário pós-pandemia, o ensino híbrido em sala de aula é uma imagem certa. 

 

O que é ensino híbrido?

 

Também conhecido como blended learning, o ensino híbrido é um sistema de formação no qual uma parte do aprendizado ocorre de maneira offline e a outra online. A parte online pode ser realizada tanto a distância quanto presencialmente, dentro de laboratórios na própria estrutura da escola.

 

Há muitos modelos que usam o ensino híbrido, alguns deles sustentados (que mantêm componentes da educação tradicional) e outros disruptivos (que rompem totalmente com a educação tradicional). Inclusive, já falamos deles neste outro post. Nos modelos, a autonomia do aluno é valorizada, bem como o aprendizado colaborativo, e há o entendimento de que nem todos aprendem da mesma forma.

 

No cenário pós-pandemia, é provável que o próprio ensino híbrido ganhe um viés a mais, e ocorra não só com os alunos fazendo uma parte da aula offline e a outra online, mas também com as próprias aulas acontecendo online e offline ao mesmo tempo. Ou seja, com aulas presenciais offline ocorrendo para uns, ao mesmo tempo que são gravadas ou transmitidas ao vivo pela internet para outros que estão em casa. É sobre esse último aspecto que nos focaremos neste post.

 

Por que é preciso que as aulas sejam online e offline ao mesmo tempo?

 

Quando o Covid-19 não for mais considerado uma situação de pandemia e as aulas presenciais retornarem, ainda assim será arriscado que alunos pertencentes ao grupo de risco (devido a doenças crônicas) ou que moram com pessoas do grupo de risco compareçam à escola. Para esses, é provável que a situação ainda demore um tempo considerável para se normalizar.

 

Até lá, as instituições precisarão encontrar formas de garantir que esses alunos – que podem constituir uma parte considerável da turma – não fiquem sem aulas. A alternativa que mais atende a essa necessidade é o uso do ensino híbrido em sala de aula – com uma parte da turma na escola e a outra em casa.

 

A tendência é que até os alunos que puderem comparecer à escola tenham uma parte da aula ocorrendo de forma híbrida, aproveitando o aprendizado que a educação, de uma forma geral, está obtendo com a experiência atual. Então, podemos identificar duas situações prováveis para o cenário pós-pandemia:

 

  • Aulas ocorrendo presencialmente para uns e online para outros
  • Parte das aulas (ou dos estudos) ocorrendo de forma online para toda a turma

 

A sua escola está preparada para isso?

 


Fatores que irão facilitar a adequação ao ensino híbrido em sala de aula

 

A experiência que as escolas estão tendo atualmente traz aprendizados que serão muito favoráveis à implantação do ensino híbrido em sala de aula no cenário pós-pandemia. Confira alguns:

 

  • Preparo dos professores

 

De uma forma geral os professores sairão da quarentena bem mais preparados digitalmente do que estavam antes dela. Os que já usavam tecnologia passaram a usá-la ainda mais e aprimoraram seus conhecimentos. Os que eram avessos ao digital atravessaram um caminho mais longo, e tiveram que aprender a lidar com recursos tecnológicos aos quais não estavam acostumados. Em ambos os contextos, o conhecimento digital dos docentes progrediu, e a tecnologia se tornou um elemento do dia a dia para todos.

 

Esse momento serviu inclusive para quebrar o medo da tecnologia, que não é nada incomum entre os professores. Ao se depararem com uma situação na qual a aula só era possível por gravações ou transmissões ao vivo, aprender a usar tecnologia deixou de ser uma opção e se tornou a única saída. Para muitos desses educadores, o pior já passou. As dificuldades iniciais de aprender lidar com recursos digitais – que pareciam gigantes e intransponíveis – agora gradualmente já estão sendo superadas, e a cada dia eles aprendem mais.

 

Em um futuro bem próximo, quando o ensino híbrido em sala de aula for uma realidade concreta, o desafio que os professores terão pela frente não será maior do que o de agora. Eles não serão “pegos de surpresa” como foram, pois o futuro já é bem mais previsível. O momento seguinte será um passo a mais em uma caminhada que já está sendo trilhada agora. Quanto mais aprendizado for tirado deste cenário, mais tranquilo será o próximo.

 

  • Quebra de paradigma para as escolas

 

A dificuldade de se abrir ao digital não era algo comum somente entre os professores, mas também entre as escolas como um todo. Algumas instituições de ensino mais tradicionais não achavam válido trocar o papel pelo digital em seus processos internos, e muito menos nos processos pedagógicos. Porém, até elas acabaram se rendendo aos recursos digitais durante a pandemia.

 

Sem a tecnologia essas escolas não conseguiriam dar continuidade às aulas, enviar materiais de estudo aos alunos, aplicar provas, manter uma comunicação com os pais e estudantes, realizar reuniões internas, manter a comunicação interna, cobrar os inadimplentes e nem reter os alunos. Pela necessidade de continuar em funcionamento, essas instituições precisaram quebrar seus próprios paradigmas.

 

Como dizia o gênio Albert Einstein, “Uma mente que tenha sido estirada por novas ideias nunca poderá recobrar sua forma original”. Agora que a barreira do digital foi quebrada por muitas escolas, dificilmente elas retornarão a uma rotina que não contemple a tecnologia. Dessa forma, em uma porta outrora fechada, agora abriu-se uma brecha para o ensino híbrido em sala de aula.

 

  • Adequação das famílias

 

As famílias dos alunos também tiveram que se adaptar a uma nova realidade: a sala de aula dentro de casa. Se antes era comum que alguns pais pouco soubessem sobre a vida escolar dos filhos, agora ela está acontecendo em frente a eles. E diferentemente de um vídeo qualquer que a criança assiste em um canto da casa em meio ao barulho – a aula online requer concentração – e, por consequência, um ambiente de estudos propício. Ou seja, as rotinas de todos na casa acabam sendo impactadas.

 

Com todos esses meses de aprendizado e adaptação, muitas famílias já conseguiram combinar um cronograma de ambientes/horários com os filhos, algo que poderá ser mantido no momento seguinte, com a inserção do ensino híbrido em sala de aula. As famílias também tiveram que se habituar a um contato com a escola sem encontros físicos ou recados na agenda de papel, então, também tiveram que se abrir à tecnologia.

 

O próprio contexto digital evoluiu na casa de muitos alunos. Quem teve condições aumentou a banda da internet e descobriu que é importante não apenas ter Wi-Fi, mas rede cabeada também. Alguns adquiriram aparelhos com mais capacidade de processamento. Outros, com uma realidade econômica diferente, conseguiram celulares usados de outras pessoas ou até de campanhas que foram criadas. Em geral, a tecnologia na casa das pessoas também evoluiu.

 

Como montar um planejamento para o ensino híbrido em sala de aula

 

O momento pós-pandemia ainda não chegou, mas é importante que as escolas já se planejem para ele. Como falamos no início deste post, é possível que muitos alunos – por serem do grupo de risco ou dividirem a casa com alguém do grupo de risco – não consigam retornar às aulas presenciais logo que elas forem liberadas, e tenham que continuar no digital por um período longo, até que seja mais seguro voltar. Assim, a inclusão deles nesse novo momento precisa ocorrer de forma imediata.

 

Além disso, há professores que também podem pertencer ao grupo de risco, então eles também não poderiam ir até a escola para dar aulas. Nesse caso, tanto os alunos que estivessem na escola quanto os que estivessem em casa teriam que assistir às aulas pela tela do computador.

 

Em meio a todo esse contexto, as escolas que já buscaram recursos digitais para todas as necessidades pedagógicas – aulas, envio de materiais, aplicação de exercícios e provas, comunicação com os alunos e pais – a adaptação será relativamente pequena. Já para as que estão fazendo apenas uma parte dessas atividades pelo meio digital, mas estão deixando as outras em stand by, o trabalho será maior. Veja o que será necessário:

 

Tecnologia

 

Em geral, as ferramentas que a escola precisa ter para essa necessidade mais imediata de ensino híbrido em sala de aula são:

 

  • Plataforma que contemple um Ambiente Virtual de Aprendizagem completo – com salas de aula virtuais; possibilidade de envio de materiais com armazenagem em nuvem; formulário para a aplicação de exercícios, provas e redações; agenda digital para a comunicação com alunos e pais; e grupos para troca de mensagens entre os estudantes
  • Notebook (para a transmissão ou gravação das aulas presenciais com qualidade superior à que é possível obter com celulares ou tablets)
  • Câmera (opcional, para aumentar a qualidade da imagem, já que a da webcam é mais limitada)
  • Microfone (opcional, para aumentar a qualidade do áudio, já que o espaço de uma sala de aula é muito grande para o microfone de um notebook dar conta)
  • Tripé (opcional, para posicionar melhor a câmera na sala, caso ela seja usada)

 

Com esses recursos, já será possível transmitir as aulas que ocorrem na escola para o grupo de alunos que precisou continuar em casa. Será possível também realizar todas as outras atividades escolares necessárias.

 

Caso a escola decida se aprofundar mais no ensino híbrido e adotar algum dos modelos já conhecidos do método, poderá precisar de alguns recursos a mais, compatíveis com o modelo escolhido.

 


Adaptação de atividades para dois grupos de alunos

 

Com uma parte dos alunos retornando às salas de aula e a outra permanecendo em casa, e o mesmo ocorrendo com alguns professores, certas adaptações serão necessárias em relação ao que já está sendo feito atualmente:

 

  • Aulas

 

Alguns professores voltarão a dar aula em sala de aula, mas não só para os alunos que estiverem lá em frente a eles. Por isso, é importante que a câmera e o microfone sejam posicionados de forma que os estudantes que estão em casa possam ter uma boa visualização do professor e também possam escutá-lo bem. Quanto ao conteúdo que normalmente é escrito na lousa, o ideal é que ele mantenha as adaptações do momento atual, e continue sendo digital. Assim, poderá ser visto pelos alunos que estão em sala e compartilhado com os alunos que estão em casa.

 

  • Materiais

 

Com relação aos materiais didáticos, ou eles precisarão ter uma versão física e uma digital ou poderão ser somente digitais, pois assim servirão a todos os alunos. Para a disponibilização deles, muitas escolas já estão utilizando aplicativo com possibilidade de armazenamento em nuvem. O ideal é que isso se mantenha, para que assim o celular dos estudantes não fique sobrecarregado de arquivos e a memória do aparelho não fique comprometida.

 

  • Provas

 

No momento atual, todas as provas estão ocorrendo de maneira digital. Com a volta às aulas presenciais para uma parte dos alunos, o processo de aplicação de provas precisará se adequar. Os estudantes que estarão em aula poderão realizar a prova fisicamente, mas para os que estarão em casa, ela precisará continuar sendo digital. 

 

Para que tudo fique o mais justo possível, a escola pode definir que a execução das provas ocorrerá em tempo real para todos, ou seja, o professor fará o envio da prova online no mesmo horário em que entregará a prova física aos estudantes que estão em sala. Ao término da aula, os alunos em sala entregam as provas e os que estão em casa realizam o envio, sob pena de perderem pontos caso atrasem.

 

  • Trabalhos em grupo

 

Trabalhos em grupo não são nada impossíveis para os alunos que precisarem se manter em isolamento social. Basta que a escola disponibilize uma ferramenta para que eles possam trocar informações e materiais uns com os outros. É possível até realizar a formação de grupos híbridos, compostos por alunos que estão em sala e alunos que estão em casa. Com tecnologia, a comunicação entre eles é bastante tranquila, bem como a divisão de tarefas e as pesquisas pela internet.

 

A própria apresentação do trabalho pode ser realizada de forma híbrida. Os alunos em sala apresentam a parte deles presencialmente e os que estão em casa apresentam pela telinha. O produto final pode ser totalmente digital ou pode ser materializado pelos estudantes que estão em sala para, posteriormente, ser entregue ao professor.

 

Finalizando

 

A cara da educação nunca mais será a mesma após a experiência de isolamento social que estamos vivenciando. O momento provocou profundas transformações em todos os atores do processo educacional: professores, gestores, alunos e familiares. O aprendizado adquirido e as possibilidades descobertas com a tecnologia não conseguirão ser ignoradas e nem esquecidas por quem fez parte desse período de profunda transformação. Então a volta ao normal após a pandemia, na verdade, será a um “novo normal”.

 

Além da necessidade imediata de aulas híbridas para incluir o grupo de alunos que não conseguirá retornar à escola ao mesmo tempo que os outros, a tendência é que os modelos de ensino híbrido em sala de aula sejam experimentados e utilizados de forma mais permanente, mesmo quando todos os alunos já puderem sair do isolamento social. Por isso, é importante que as escolas já se planejem para uma realidade bem diferente da que existia até então. Afinal, a lição que aprendemos com tudo isso é que a evolução não pede passagem, ela simplesmente se impõe.

 

Leia mais
– Blended learning: online e offline juntos para uma nova experiência de aprendizado
– AVA: como dar continuidade às rotinas escolares por EaD


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