Ensino domiciliar: saiba tudo sobre a modalidade e como reter alunos nesse cenário

Ensino Domiciliar

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Sumário

No campo educacional, o assunto da vez é o ensino domiciliar, também chamado de homeschooling. A modalidade – que pode ser regulamentada no país – divide opiniões e é alvo de inúmeros debates. Caso o projeto vire lei, muitos alunos poderão trocar a sala de aula pelo ensino dentro de casa. A sua escola está preparada para lidar com esse cenário?

 

O que é ensino domiciliar?

 

Ensino domiciliar, homeschooling ou ensino doméstico é uma modalidade na qual os estudantes não frequentam a escola, e sim são ensinados por pais, tutores ou professores particulares dentro de casa. Os critérios para que a prática seja permitida variam conforme os países nos quais ela é regulamentada. Pode haver variações inclusive dentro deles.

 

Via de regra, existe um currículo específico a ser seguido, a exigência de determinado nível de formação dos pais e a aplicação de provas. Às vezes é necessário até a matrícula em uma escola, mesmo que o estudante não seja ensinado por ela. Porém, há locais, como o estado do Texas, nos EUA, em que não há praticamente nenhum controle do governo sobre o ensino domiciliar e nem a realização de provas.

 

Como está a regulamentação do ensino domiciliar no Brasil?

 

O projeto de lei que regulamenta o ensino domiciliar no país foi aprovado na Câmara dos Deputados no dia 19 de maio e atualmente está na Comissão de Educação do Senado. Se o texto for aprovado sem alterações, seguirá para a sanção do presidente da república. Caso haja alterações, voltará para a aprovação da Câmara.

 

Como dá para ver, o desfecho dessa história ainda pode demorar alguns meses. Porém, caso o projeto vire lei, as exigências passam a vigorar em 90 dias após a publicação. Mas claro que haverá um tempo de transição para determinadas questões, como a formação exigida dos pais.

 

 

O que diz o projeto de lei sobre ensino domiciliar?

 

A modalidade de ensino domiciliar tem particularidades conforme o país que a pratica, como já mencionamos. Por isso, você deve estar querendo saber como isso funcionará no Brasil caso o projeto de lei seja aprovado, certo? Vamos ver alguns pontos principais então:

 

  • Formação: o ensino domiciliar só é permitido se um dos pais ou responsáveis possuir ensino superior ou educação profissional tecnológica em curso reconhecido.
  • Certidões criminais: ambos os pais ou responsáveis precisarão apresentar certidões criminais negativas da Justiça Federal e Estadual ou Distrital.
  • Matrícula: pelo texto atual, os alunos que receberão ensino domiciliar precisarão, de qualquer forma, estar matriculados em uma escola, que acompanhará a evolução do aprendizado.
  • Registro de atividades: os pais ou responsáveis pelo aluno em homeschooling precisarão manter um registro das atividades pedagógicas e enviar relatórios trimestrais sobre elas para a escola em que o estudante estiver matriculado.
  • Encontros semestrais: as famílias cujos filhos estiverem em homeschooling deverão participar de encontros semestrais promovidos pela escola em que eles estiverem matriculados, para o intercâmbio e a avaliação de experiências.
  • Provas: o estudante em ensino domiciliar precisará realizar provas anuais. Para que possa continuar estudando na modalidade, ele não poderá ter resultados insatisfatórios por dois anos consecutivos na fase pré-escolar e nem reprovar por dois anos consecutivos ou por três não consecutivos no ensino fundamental ou médio.
  • Fiscalização: crianças e adolescentes que estiverem na modalidade de ensino domiciliar contarão com fiscalização do Conselho Tutelar, que averiguará o cumprimento das leis relativas aos direitos da criança e do adolescente.

 

Quais são os prós e contras do ensino domiciliar?

 

Defensores do ensino domiciliar e pessoas e entidades que são contra a prática apresentam uma série de argumentos. Os mais recorrentes são:

 

Prós – Ensino Domiciliar

 

  • Ensino personalizado 

 

O aluno será ensinado de forma individualizada ou com poucos colegas (irmãos, por exemplo). Assim, o familiar ou tutor que o ensinar conseguirá identificar facilmente quais são as dificuldades dele e de que forma ele aprende com mais facilidade

 

Em instituições de ensino, normalmente um professor dá aulas em várias escolas e para várias turmas por período. Cada turma tem por volta de 40 alunos. Às vezes um educador chega a ter milhares de alunos ao longo de um ano letivo, o que dificulta a personalização do aprendizado.

 

  • Flexibilidade de horários 

 

Algumas pessoas rendem mais em determinados horários do dia do que em outros. Na escola, os pais têm a opção de escolher o turno em que o filho irá estudar. Em casa, porém, a flexibilidade pode ser ainda maior, criando uma estrutura de horários de estudo intercalados com horários de pausa ao longo do dia, por exemplo.

 

  • Alinhamento com questões familiares 

 

Muitos defensores do ensino domiciliar alegam que o aluno, estudando em casa, seria ensinado de acordo com os valores morais e religiosos da família dele. Entre esses defensores há, inclusive, os que associam o estudo dentro da escola com questões políticas, e por isso, preferem a modalidade doméstica.

 

  • Bullying 

 

Um outro argumento citado na defesa do ensino domiciliar é o de que em casa o estudante estaria seguro contra a prática do bullying, algo recorrente nas escolas.

 

 

Contras – Ensino Domiciliar

 

  • Falta de socialização periódica 

 

Em escolas, os alunos socializam com os colegas diariamente, realizam trabalhos em grupo, praticam esportes coletivos nas aulas de educação física, realizam passeios da turma, participam de dinâmicas, debatem ideias, colaboram para o aprendizado uns dos outros e criam vínculos de amizade.

 

A socialização que acontece na escola ajuda no desenvolvimento de habilidades importantes para a vida em sociedade e para a atuação no mercado de trabalho. Os estudantes aprendem, por exemplo, a lidar com diferenças de opiniões, a gerenciar conflitos, a liderar, a comunicar ideias, a defender pontos de vista, a colaborar com os colegas, entre outras habilidades que serão importantes para o futuro deles.

 

No ensino domiciliar estão previstos encontros semestrais, mas é algo mais esporádico e sem a realização de projetos em equipe ou de outras situações sociais necessárias para o desenvolvimento de soft skills.

 

  • Falta de professores especializados em cada disciplina 

 

Na escola, cada disciplina é ministrada por um professor formado naquela área, e muitas vezes até com especializações e mestrados. Então, cada matéria é ensinada por alguém com um sólido conhecimento no assunto, e que também possui experiência no ensino daquele conteúdo.

 

Já no ensino domiciliar, as aulas geralmente são dadas pelos próprios pais ou responsáveis pelo aluno, que não precisam ser professores e nem ter uma formação específica na área do conhecimento que lecionarão. Então, por exemplo, um pai formado em administração pode dar aula de química para o filho. Um responsável formado em engenharia civil pode dar aula de geografia, e assim por diante.

 

Tendo tudo isso em mente, um argumento contra o ensino domiciliar é de que dificilmente o responsável pelo aluno terá um bom embasamento em todas as disciplinas escolares para dar aulas com a mesma qualidade das que são ministradas na escola por uma equipe de professores capacitada.

 

  • Falta de estruturas mais completas 

 

Escolas normalmente contam com estruturas mais completas do que casas para a aplicação de aulas. Há instituições que possuem ginásio, biblioteca, auditório e laboratórios. Todos esses ambientes colaboram para o processo de ensino e aprendizagem.

 

Voltando ao exemplo da aula de química, na escola é possível realizar análises em microscópio e realizar experimentos supervisionados por um professor de química, que sabe o que é seguro para o estudante executar. Em uma casa não há laboratório de química e nem seria seguro realizar experimentos sem a presença de alguém com formação nessa área.

 

  • Comportamentos de risco na família 

 

Um argumento constantemente citado contra a prática do ensino domiciliar é a questão de abusos físicos ou sexuais que a criança ou adolescente possa estar sofrendo dentro da própria casa. Normalmente essas situações são descobertas pela escola em que o aluno estuda.

 

O projeto de lei que visa regulamentar a prática de ensino domiciliar prevê a apresentação de certidões criminais negativas dos pais e responsáveis. Porém, muitas vezes os casos de abusos são identificados pela primeira vez na escola, então, poderia não haver uma certidão criminal antes dessa primeira identificação. Assim, a exigência de certidão negativa não seria garantia de segurança para o estudante em casa.

 

  • Dificuldade de controlar frequência e conteúdos

 

Em instituições de ensino, quando o aluno falta às aulas, isso fica registrado. Para passar de ano, existe a exigência de frequência mínima. Dependendo da quantidade de faltas, a escola pode até acionar o Conselho Tutelar. Com relação aos conteúdos didáticos, cada um tem uma carga horária, então, a escola consegue controlar a quantidade de contato mínimo que o estudante tem com cada matéria. Já no ensino domiciliar, é um pouco mais difícil manter esse controle.

 

De acordo com o texto do projeto, os pais terão que manter um registro das atividades e enviar relatórios trimestrais. Porém, como são eles mesmos que farão esses registros, não há como ter uma garantia 100% confiável de que o aluno realmente está estudando todo dia, tendo um mínimo de horas de estudo diárias e nem que a quantidade de tempo destinada a cada matéria é a ideal.

 

  • Modalidade para poucos

 

Os críticos do ensino domiciliar também argumentam que a modalidade é elitista. Para estudar em casa, o aluno precisaria ter um responsável que não tivesse a necessidade de trabalhar e que pudesse ficar em casa dedicando-se a ele. Além disso, esse responsável precisaria ter curso superior ou técnico, e boa parte das famílias brasileiras não cumpre com esse requisito.

 

O que as escolas podem fazer para tentar reter seus alunos?

 

Calma, sem desespero! Como você leu no tópico que falava sobre o projeto de lei que busca a regulamentação do ensino domiciliar, os adeptos da modalidade precisarão matricular os alunos em uma escola de qualquer forma. É claro que o contrato certamente precisará ser específico para essa modalidade, afinal, o papel da escola será diferente. Com isso, a anuidade que a instituição receberá desse tipo de matrícula deve ser diferente também.

 

Ah, e tem uma outra coisa que certamente você pensou também. Como são os pais e responsáveis que ensinarão os filhos, é provável que muitos não queiram matriculá-los em escolas particulares, mesmo tendo as condições para isso. Então, sim, é bom que a sua instituição se movimente para continuar atrativa para o público que atende. 

 

Você sabe, né? Se o projeto virar lei, a concorrência não será apenas entre escolas, mas também com os próprios pais. O que a sua instituição está fazendo para mostrar às famílias que ela ainda é a melhor opção para o ensino? Olha… não espere as coisas acontecerem para arregaçar as mangas, hein? Venha, vamos ver algumas ações que podem ser feitas para reter alunos:

 

  • Engaje os pais com a escola

 

Primeiríssima atitude de todas: envolva os pais e responsáveis com a escola, tornando-os participativos na educação dos filhos. Os familiares que têm inclinação pela modalidade de ensino domiciliar certamente querem muito participar, tanto que eles estão dispostos a largar tudo e dedicar todos os dias da semana deles à educação de suas crianças e adolescentes. Então, permita que eles se envolvam sem que precisem tirar os filhos da escola.

 

“Como?”, você me pergunta. Ora, comece pela comunicação escolar. Mande fotos e vídeos das atividades diferenciadas que ocorrem na escola; avise quando o aluno não fizer os deveres, quando fizer bagunça ou quando for bem participativo na aula; envie as notas de cada prova para eles, e não só o boletim; deixe que eles acompanhem a frequência diária dos alunos; facilite que eles entrem em contato com as áreas da escola que precisarem; convide-os para eventos e muito mais!

 

É claro que para tudo isso ficar viável, sem sobrecarregar ninguém com demandas de comunicação, é importante que a escola conte com uma ferramenta que permita organização, sobretudo das respostas aos pais. A agenda digital cumpre bem esse papel, possibilitando a criação de categorias para o contato direto com diferentes áreas da escola, o cadastro de diferentes perfis de colaboradores para a participação na comunicação escolar e a configuração de horários para as respostas aos pais.

 

  • Facilite o comparecimento a reuniões

 

Você sabe que não são todos os pais que se engajam com as reuniões da escola, né? Os motivos são diversos: trânsito, horários ruins, distância geográfica etc. Porém, há formas de aumentar o engajamento, e uma delas é trocar as reuniões presenciais pelas virtuais.

 

Se as reuniões forem online, até pais separados que moram em estados ou países diferentes poderão participar. Não haverá problemas relacionados ao tempo de deslocamento, ao trânsito e nem à dificuldade de encontrar local para estacionar. Todos poderão participar no aconchego de suas casas. Com certeza a participação será maior!

 

As reuniões têm o potencial de despertar o senso de comunidade nas famílias. Nelas, os responsáveis têm a oportunidade de conversar não só com os professores e coordenadores, mas até com os outros pais em determinados tipos de reunião. Com isso, vão se formando vínculos, e a instituição de ensino faz parte deles. Se as famílias se sentirem pertencentes à comunidade escolar, será mais difícil que optem pelo ensino domiciliar. Por isso, facilite ao máximo o comparecimento às reuniões!

 

  • Fique atento aos pais insatisfeitos

 

Você sabia que é possível acompanhar bem de perto as oscilações de humor do seu público ao longo do tempo? Sabia que dá para descobrir facilmente os motivos das insatisfações? Sim, em tempos de inteligência artificial, isso é molezinha.

 

Vou te explicar. Existe um recurso bem power chamado Mapa de Humor. Ele funciona em conjunto com a Agenda Digital e usa inteligência artificial para analisar o tom do discurso presente nas comunicações e identificar se o sentimento é positivo, negativo ou neutro. Cada um desses estados é classificado com uma cor, então, antes mesmo de ler um recado, a escola já saberá o sentimento contido nele e poderá priorizar as respostas.

 

A instituição também consegue consultar todo o histórico de interações de cada pai e verificar curvas de humor ao longo do tempo na forma de gráficos. Assim, é possível checar as comunicações que tiveram picos de humor negativo, descobrir se as situações ocorridas foram fatos isolados ou não, se há pais com uma constância de humor negativo e verificar o que pode ser feito para solucionar as insatisfações. Entenda mais sobre o assunto aqui.

 

  • Ofereça aulas de reforço

 

Você viu que uma das grandes vantagens do ensino domiciliar é a personalização do aprendizado, certo? Realmente é muito difícil para um professor que está dando aula para uma turma de 40 alunos perceber que tal estudante não está entendendo e que ele precisa de ajuda. Geralmente isso só é percebido pelas notas, não é? Aí muito tempo já se passou e é difícil recuperar o conteúdo. Porém, as aulas de reforço podem resolver essa questão!

 

Aulas de reforço têm muito potencial para oferecer aprendizado personalizado, pois só um pequeno número de alunos as frequenta. Então, os pais verão que o filho está realmente aprendendo e que a escola está atenta às particularidades de aprendizagem dele, aumentando assim a confiança na instituição.

 

Para facilitar ainda mais, a sua escola pode oferecer essas aulas no formato online, evitando que os alunos tenham que se deslocar novamente até a instituição em outro período do dia. Isso certamente contribuirá para o engajamento. Além disso, as aulas podem ser gravadas e disponibilizadas aos estudantes depois, para que eles as assistam quantas vezes quiserem.

 

  • Use EaD no Novo Ensino Médio

 

A sua escola tem ensino médio? Então tem um jeito de suprir um pouco a vontade dos pais que querem que o filho estude em casa: o EaD. Você sabe que uma parte da carga horária do Novo Ensino Médio pode ser a distância, né? Claro que, nesse contexto, quem ministra as aulas é o professor que trabalha na instituição de ensino, e não os responsáveis, mas ao menos os adolescentes estarão dentro de casa e os pais conseguirão “dar uma espiadinha” no que está rolando na aula. É um meio-termo, né?

 

  • Combata o bullying

 

Um dos argumentos dos que defendem o ensino domiciliar é a segurança do aluno contra o bullying. Então, que tal criar ações na sua escola para o combate à prática? Há muitas possíveis! Uma delas é a criação de um canal na agenda digital para que os próprios alunos possam fazer denúncias. Assim, a instituição pode conversar com os envolvidos e com os pais e tratar cada caso. Boa ideia, né?

 

Como a ClipEscola pode contribuir?

 

Se o ensino domiciliar for regulamentado no Brasil, saiba que você pode contar com a Clip para te ajudar nas estratégias de retenção de alunos! Temos a tecnologia necessária para te dar aquela mão em todas as táticas que você viu no tópico acima, sabia? Sim senhor!

 

A nossa Plataforma de Transformação Digital traz grandes possibilidades. Nossa especialidade principal é a comunicação escolar, por isso, temos a agenda digital mais completa do mercado. Com ela já conseguimos ajudar milhares de escolas a engajar milhões de usuários pelos quatro cantos do país. Então, temos tudo o que você precisa para aproximar os pais e responsáveis da sua escola!

 

Outra coisa que a nossa agenda permite é a criação de categorias. Dá para criar categorias para os pais se comunicarem diretamente com o setor da escola que precisam contatar, e vice-versa, deixando a comunicação bem redondinha! Pelas categorias é possível também criar aquele canal para a denúncia de casos de bullying que comentei com você. 

 

Ahhh… sabe aquele recurso de inteligência artificial que permite medir o humor dos pais e identificar os insatisfeitos? Temos também! Muitas escolas já estão se beneficiando da potencialidade estratégica do nosso Mapa de Humor. No cenário do ensino domiciliar, ele te ajudará muito nas táticas de retenção.

 

Pera aí que tem mais! Temos salas virtuais super robustas que possibilitam a realização de aulas de reforço online, aulas em EaD para o Novo Ensino Médio e que podem ser convertidas facilmente até em salas de reuniões. Ou seja, você consegue realizar diversas estratégias dentro de uma só ferramenta. Baita facilidade, hein?! Solicite mais informações por aqui.

 

Leia mais
– Comunicação: como ter um relacionamento de excelência com o público
– Aulas de reforço virtuais: diferencial competitivo para as escolas


Viu como é possível trabalhar estratégias de retenção para aqueles alunos cujos pais estão inclinados ao ensino domiciliar? Só não vá esperar as coisas acontecerem para começar, hein? Fica a dica!

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